Superpotências nucleares: Rússia e Estados Unidos e seus arsenais responsáveis por 90% das armas estratégicas globais
Ministério da Defesa Russo: Sete lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) planejados para 2024
“Neste ano, a Força Estratégica de Mísseis planeja realizar sete lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais [ICBMs]. Nos últimos cinco anos, a Força Estratégica de Mísseis realizou mais de 20 lançamentos de ICBMs como parte de testes de voo de sistemas avançados de mísseis e exercícios de gerenciamento das Forças Armadas russas”, afirmou o ministério em comunicado.
Diante das tensões crescentes após a saída dos EUA de acordos de contenção estratégica e as tentativas ucranianas de ataque a uma base russa, Moscou se comprometeu a informar previamente Washington sobre testes nucleares. Em dezembro, o comandante da Força Estratégica de Mísseis russa anunciou que Rússia e EUA concordaram em dar um aviso de 24 horas antes de testar ICBMs ou mísseis balísticos de submarinos. A modernização do arsenal nuclear russo, com investimentos significativos, substituiu mísseis antigos por tecnologias avançadas, incluindo ICBMs Yars e Sarmat, SLBMs RSM-56 Bulava, mísseis de cruzeiro Burevestnik e armamento hipersônico como Tsirkon, Kinzhal e Vanguarda.
A política nuclear russa restringe o uso de armas nucleares, permitindo sua utilização somente em resposta a um ataque nuclear, químico, biológico ou a uma agressão convencional massiva ameaçadora à sobrevivência nacional. Enquanto isso, os EUA não têm limitações semelhantes em sua doutrina, permitindo ataques preventivos, mesmo contra nações não nucleares, conforme indicado na recente Revisão da Postura Nuclear.
Os EUA abandonaram o Tratado Antibalístico em 2002, encerraram o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário em 2019 e ameaçaram o fim do Novo START em 2021. Em resposta a ações apoiadas pela OTAN na Ucrânia, a Rússia suspendeu sua participação no Novo START, embora tenha se comprometido a manter o acordo, desde que os EUA também o façam. Prevê-se que o Novo START expire em 2026, e os EUA expressaram interesse em envolver o arsenal nuclear chinês em futuros tratados, uma proposta que Pequim rejeitou.