A temperatura média do mar também vêm aumentando ao longo do tempo
Como já era previsto por especialistas, foi oficialmente confirmado: o ano de 2023 se consagrou como o mais quente já registrado, registrando um aumento médio de temperatura de 1,48ºC, aproximadamente o limite estipulado pela comunidade internacional em Paris, em 2015. O Observatório Europeu do Clima, Copernicus, revelou nesta terça-feira (9) que a temperatura média global do último ano atingiu os 14,98°C, representando um acréscimo de 1,48°C em relação ao período climático pré-industrial (1850-1900), de acordo com seu relatório anual.
O emblemático Acordo de Paris, firmado por quase 200 países em 2015 para enfrentar as mudanças climáticas, estabeleceu como objetivo máximo limitar o aumento da temperatura média global a 2°C, idealmente alcançando +1,5°C. Nesse cenário, o Copernicus alerta para recordes alarmantes na temperatura média da superfície dos oceanos em todo o mundo, um indicador crucial para a regulação climática global.
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Os indicadores marítimos desempenham um papel fundamental, já que os oceanos atuam como reguladores de temperatura, absorvendo tanto o calor excessivo quanto o CO2. O fenômeno El Niño exacerbou esses indicadores preocupantes, impactando o clima global de várias maneiras, desde grandes incêndios no Canadá até secas severas na África e no Oriente Médio, além de temperaturas incomumente altas durante o inverno na Austrália e no Cone Sul.
Os registros de temperatura em 2023 são descritos como excepcionais, ultrapassando, provavelmente, as temperaturas de qualquer período nos últimos 100.000 anos, conforme Samantha Burgess, vice-diretora do Copernicus Climate Change Service (C3S). Esses recordes climáticos caíram em cascata ao longo do ano, reforçando a urgência de limitar as emissões.
A expectativa é de que o limite de 1,5°C de aquecimento em 12 meses consecutivos seja alcançado em janeiro ou fevereiro de 2024, apesar das condições de frio na Europa neste momento. No entanto, para que se considere uma estabilização, esse aumento deve ser mantido por pelo menos 20 anos.
A fim de alcançar esse objetivo, é crucial reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% até 2030 em comparação com 2019, como apontam especialistas do IPCC. No entanto, embora o declínio global das emissões ainda não tenha começado, há previsões de que o pico seja iminente.
Em relação ao cenário atual, já houve um aumento estável de cerca de 1,2°C em comparação com o período de 1850 a 1900. Se as emissões continuarem no ritmo atual, o IPCC projeta que existe uma probabilidade de 50% de ultrapassar o limite de 1,5°C em média entre 2030 e 2035.
Além disso, 2023 testemunhou um aquecimento marinho sem precedentes. Todos os dias do ano foram, no mínimo, um grau mais quentes em comparação com a era pré-industrial, e dois dias de novembro até ultrapassaram os 2 graus de aquecimento. Esse período também foi caracterizado pelo início do El Niño, previsto para atingir o auge de sua intensidade em 2024.
Entre junho e dezembro, o mundo experimentou oito meses consecutivos de recordes mensais, com julho de 2023 se tornando o mês mais quente registrado, seguido imediatamente por agosto de 2023. Na Europa, 2023 ficou como o segundo ano mais quente, atrás apenas de 2020.
Os oceanos, por sua vez, têm apresentado aquecimento persistente e extraordinário, estabelecendo constantemente novos recordes de temperatura da superfície marinha em todas as estações, de abril a dezembro. Esse aumento tem sérias implicações para a vida marinha, a intensificação de tempestades e o aquecimento da atmosfera. Considerando que mais de 90% do excesso de calor gerado pela atividade humana é absorvido pelos oceanos, essa elevação térmica contribui para acelerar o derretimento das plataformas de gelo da Groenlândia e da Antártida, peças cruciais para conter a água doce das geleiras e prevenir um aumento significativo no nível do mar. No ano passado, o gelo marinho da Antártida atingiu níveis recordes por oito meses consecutivos.